Geoengenharia: EUA vao testar a pulverizacao de produtos na atmosfera para refletir a luz solar e resfriar o planeta
EDU DALLARTE
19/07/2012 eco4u
Geoengenheiros dos EUA querem pulverizar aerossóis de sulfato na atmosfera por meio de um balão, para resfriar a atmosfera refletindo a luz do sol.
Os dois engenheiros de Harvard vão borrifar sulfatos utilizando um balão voando a 80.000 pés, sobre Fort Sumner, no Novo México. Esse experimento degeoengenharia solar visa replicar, basicamente, os efeitos causados pelos vulcões que, quando em erupção, expelem sulfatos na estratosfera.
David Keith, um dos investigadores, argumentou que a geoengenharia solar poderia ser um método barato para desacelerar o aquecimento global, masoutros cientistas advertem que isso poderia ter conseqüências imprevisíveis e desastrosas para os sistemas climáticos da Terra e suprimentos de alimentos.Grupos de ambientalistas temem que a pressão para transformar a geoengenharia em um “plano B†para a mudança climática, poderia minar os esforços para reduzir as emissões de carbono.
A experiência deve ser realizada dentro de um ano e envolve a liberação de dezenas ou centenas de quilos de partículas para medir os impactos sobre a química do ozônio, e para testar maneiras de borrifar os aerossóis de sulfato no tamanho apropriado. Uma vez que é impossível simular a complexidade da estratosfera num laboratório, Keith diz o experimento irá proporcionar uma oportunidade para melhorar os modelos de como a camada de ozonio pode ser alterada conforme a quantidade de sulfato que ela recebe. “O objetivo não é alterar o clima mas simplesmente investigar os processos em uma escala microâ€,disse Keith. “O risco direto é muito pequeno.â€
No Outono passado, em um teste de campo britânico, um dispositivo formado por um balão e uma mangueira borrifando água na atmosfera gerou polêmica. O projeto financiado pelo governo – Stratospheric Particle Injection for Climate Engineering (Spice) – foi cancelado depois de uma disputa sobre patentes e reclamações via ONGs internacionais, onde algumas inclusive afirmavam que o projeto era um “cavalo de Tróia†pois abriria a porta para a plena implantação dessa tecnologia.
Um estudo científico publicado no mês passado concluiu que a gestão da radiação solar poderia reduzir a precipitação de chuvas em 15% em áreas da América do Norte e da Eurásia e do norte por mais de 20% na América do Sul central. Por essas e outras fica aqui o alerta de que a geoengenharia solar pode aumentar o risco de conflitos entre países relacionados ao clima internacional. E mais, esse tipo de tecnologia não apresenta nenhuma solução, até agora, para diminuir os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera ou quanto a acidificação dos oceanos. O clima é fruto do conjunto, mais estudos e simulações deveriam ser feitas antes da utilização massiva da geoengenharia.
Imagem: diagrama do experimento britânico SPICE, onde um navio bombeia a água pela mangueira até o balão, onde é borrifada na atmosfera (origem: The Guardian)
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