Por trás dos ataques cibernéticos dos EUA - ISRAEL ao IRÃ
EDU DALLARTE
Por Megha Rajagopalan, ProPublica em 03 de JUNHO DE 2012
O jornal The New York Times publicou um relatório detalhando como o então presidente George Bush e depois o presidente Obama criaram uma cyberweapon (arma cibernética) um supervírus de computador conhecido como Stuxnet que foi e esta sendo usadopara interromper a execução do programa iraniano de enriquecimento de urânio.
Muito tem sido escrito sobre a cyberweapon Stuxnet, que, como ProPublica informou recentemente , continua sendo uma ameaça para muito além do IRÃ. Mas o relatório do Times, baseado em entrevistas com funcionários anônimos dos EUA e autoridades israelenses, é o relato mais extenso até à data, sobre a capacidade de guerra cibernética dos EUA. Aqui está o nosso relatório do ataque e sobre as novidades e as conseqüências:
- Devido à complexidade do vírus Stuxnet, os analistas de segurança cibernética já suspeitavam de que ele era um esforço americano-israelense. A notícia do Times confirma este fato pela primeira vez, revelando que o projeto foi apelidado de "Olympic Games".
- A Operação "Olympic Games" começou ainda sob a administração de George Bush, e durante o seu desenvolvimento, era conhecido como o "bug".
- O Presidente Obama tem repetidamente manifestado preocupação de que se os EUA reconhecer que está por trás do vírus Stuxnet, daria motivos e razões para terroristas e Estados inimigos justificarem os seus próprios ataques contra os EUA.
- A cyberweapon Stuxnet foi introduzida na instalaçãode enriquecimento de urânio do IRÃ em Natanz por um iraniano inconsciente. "Acontece que há sempre um idiota que não pensa muito sobre o pen drive na sua mão," uma fonte disse ao Times.
- Para testar o vírus nos laboratórios secretos do Departamento de Energia, os EUA usaram velhas centrífugas entregues em 2003 pelo ditador líbio coronel Muammar el-Kadafi, tranformando-as em réplicas das utilizados nas instalações de enriquecimento nuclear do IRÃ.
- O ataque contra o Irã se tornou o primeiro exemplo conhecido (publicamente) dos EUA usando um código de (vírus Stuxnet) computador para atacar e danificar fisicamente a infra-estrutura de outro país. O jornal Times descreve que o presidente Obama "estava ciente de que a cada ataque, ele estava empurrando os Estados Unidos em um território novo, tanto quanto seus antecessores o fizeram com o primeiro uso de armas atômicas em 1940, dos mísseis intercontinentais na década de 1950 e de drones na década passada."
- O papel de Israel no ataque veio de uma unidade militar chamada Unidade 8200 que tinha "conhecimentos técnicos que rivaliza com a NSA-Agência de Segurança Nacional dos EUA, bem como inteligência significativa sobre as instalações nucleares iranianas.
- Quando um erro de programação divulgou a existência do vírus Stuxnet em 2010, Obama considerou travar a operação de guerra cibernética "Olympic Games" completamente. Mas no final, o governo decidiu acelerar os ataques. Não ficou claro quem foi o responsável pelo erro de programação que revelou o vírus Stuxnet, mas alguns na administração Obama culpam os israelenses. O Times cita o vice-presidente Joe Biden: Biden se irritou "Tem que ser os israelenses," disse ele."Eles (os judeus) foram longe demais"
- As autoridades norteamericanas afirmam que Flame, uma peça ainda mais complexa de vírus (malware) de computador que também atacou infra-estrutura iraniana, não faz parte do "Olympic Games" - mas não nega explicitamente de que era um projeto americano.
- As opiniões estão divididas quanto a se os "Olympic Games" foi bem-sucedido na redução de enriquecimento de urânio nas centrífugas do IRÃ. Funcionários do governo disseram que tinha atrasado os iranianos de 18 meses a dois anos, mas outros especialistas dizem que os níveis de enriquecimento se recuperaram rapidamente e que hoje o IRÃ teria combustível suficiente para produzir cinco ou mais armas atômicas com um enriquecimento adicional.
A cyberweapon conhecido como Stuxnet foi usado para interromper o programa iraniano de enriquecimento de urânio. (Foto: Introversed.com)
A administração de Obama há muito enfatizou a importância da cibersegurança nacional, mas declarações recentes mostram uma crescente abertura sobre as capacidades ofensivas. A Secretária de Estado Hillary Clinton reconheceu no mês passado que os hackers governamentais atacaram sites de propaganda da Al Qaeda no Iêmen, alterando informações em anúncios que falou sobre matar norte-americanos para mostrar quantos iemenitas morreram em ataques da Al Qaeda.
Durante anos, os iranianos não tinham idéia de que estavam sendo atacados, acusando os seus próprios trabalhadores ou falhas em suas instalações, disse o Times. Mas porque o vírus Stuxnet foi inadvertidamente liberado, qualquer governo, para não mencionar qualquer hacker com tempo livre e uma ideia maliciosa - podem criar sua própria mutação da arma cibernética.
Como o Times sublinha, "A infra-estrutura nos EUA é mais dependente de sistemas computacionais e, portanto, mais vulnerável a ataques, do que outros países." A Siemens faz controladores especializadas industriais que foram alvo de ataques dos "Olympic Games". Como a Siemens confirmou a ProPublica, as mesmas falhas em hardwares e softwares que o vírus Stuxnet aproveitou no Irã existem em milhares de locais dentro dos EUA e no mundo inteiro. Os equipamentos que são vulneráveis à ataque cibernético controlam tudo, desde dutos de gás natural, as refinarias de petróleo e as linhas de transmissão de energia.
Especialistas em segurança cibernética americanos advertiram há muito tempo que é só uma questão de tempo antes que alguém ataque com uma cyberweapon igualmente destrutiva em nossos próprios sistemas dentro dos EUA. Agora que as origens do Stuxnet estão claras, as chances de isso acontecer podem ser ainda maiores.
Thoth3126
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